Dólar sobe em movimento de correção após euforia provocada pelo Fed

Dólar sobe em movimento de correção após euforia provocada pelo Fed

Dólar sobe em movimento de correção após euforia provocada pelo Fed

19 setembro 2013

SÃO PAULO  –  Depois de ter caído quase 3% ontem, o dólar comercial fechou em alta de 0,32% a R$ 2,2010, em movimento de correção verificado no mercado de moedas após a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) de manter os estímulos monetários. O contrato futuro avançava 0,61% para R$ 2,206.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil,  Luciano Rostagno, não vê o dólar muito longe do patamar atual de R$ 2,20  e destaca que a decisão do Fed apenas postergou uma desvalorização mais forte do real. O banco revisou a projeção do dólar de R $ 2,40 para R$ 2,35 para o fim de 2013, mas manteve a projeção de R$ 2,50 para o fim de 2014.

Com a queda do dólar abaixo de R$ 2,20 ontem, os estrangeiros aproveitaram para recompor as posições na moeda americana, passando de uma posição líquida comprada em dólar no mercado futuro de US$ 16,097 bilhões na terça-feira para US$ 17,101 bilhões ontem. Parte desse aumento de posição reflete a busca de hedge para as alocações dos estrangeiros em renda fixa que segue aumentando. Hoje o Tesouro vendeu 46,7% do lote de 2,250 milhões de Notas do Tesouro Nacional – série F (NTN-F) , que costumam ter grande demanda de estrangeiros. Já os investidores institucionais e as instituições não financeiras reduziram a posição comprada em dólar no mercado futuro.

Os analistas esperam que uma redução das compras de títulos pelo Fed  deve ser postergada para dezembro. Até lá, o dólar pode subir a cada notícia positiva da economia americana .

Dados positivos sobre o mercado de trabalho e da atividade industrial nos EUA ajudaram a ancorar a alta da moeda americana no exterior. O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana frente a uma cesta de moedas, avançava 0,31%. O índice de atividade industrial do Fed de Filadélfia subiu para 22,3 pontos em setembro, nível mais a lto desde 2011. O número de pedidos de seguro-desemprego avançou para 309 mil, na semana encerrada em 14 de setembro, abaixo da expectativa do mercado que era de 330 mil.

De modo geral, a percepção dos agentes do mercado é que os ativos de risco podem ter um pouco mais de espaço para se valorizar, mas há dúvidas sobre a duração e intensidade desse movimento.

Do lado doméstico, o mercado debate se, com a manutenção dos estímulos monetários americanos por ora, o Banco Central poderia reduzir a frequência de suas vendas de dólares via swaps cambiais tradicionais e operações de linha.

Para o estrategista do Banco Mizuho faz sentido o BC manter o programa de intervenção diária uma vez que o câmbio deve passar por novos picos de estresse à medida que se aproximar a reunião do Fed no fim de outubro, que poderá apresentar novas sinalizações sobre os próximos passos da autoridade monetária nos EUA.

Na visão do gestor da Appia Capital Jorge Knauer, qualquer mudança no cronograma de leilões agora poderia trazer volatilidade e nervosismo desnecessários. “A mensagem que seria passada com isso não seria boa, já que o BC se comprometeu a fazer as operações. Talvez o BC possa ficar mais exigente nas taxas que o mercado oferecer ou mesmo decidir não rolar algum vencimento. Isso parecia mais plausível, mas parar as intervenções, não”, afirma.

O BNP Paribas, contudo, avalia que parece “razoável” pensar que o BC esteja reavaliando o programa de intervenções e lembra que foi com o dólar em torno de R$ 2,15 que o BC voltou a intervir no mercado na ponta da venda. “Dado que o BC já rolou o vencimento de swap do início de outubro, há possibilidade de o Banco Central reduzir o ritmo de vend a de dólares a qualquer momento e em breve”, diz a equipe de estratégia para mercados emergentes do banco em nota.

O BC manteve o cronograma do programa de intervenções diárias e vendeu hoje mais 10 mil contratos de swap (que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro) , que movimentou US$ 497,2 milhões.

 
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